“As pessoas não fingem depressão, elas fingem estar bem.”
Essa frase é atribuída ao ator Robin Willians – que tirou sua vida no dia 11 de agosto de 2014 – ele sofria de demência com corpos de Lewy, doença degenerativa que faz com que o cérebro não funcione corretamente, causando sintomas de depressão, mudanças de humor, medos, ansiedade, alucinações, paranoia, entre outros.
Também não tem como deixar de comentar sobre a ex-jogadora de vôlei, Walewsca: “ela estava bem”, “ela não comentou nada, nem com as amigas mais íntimas”, “estive com ela ontem, estava ótima”, “falei com ela, não aparentava estar triste”.
Ambos não deram sinais (ou deram, mas foram sutis) de que cogitavam tirar a própria vida.
O suicídio ainda é visto como tabu e palavra proibida, ainda é condenado pelas religiões, ainda é atribuído às pessoas fracas e sem coragem.
Isso precisa mudar!
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano, o número de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em 2022 na comparação com 2021.
Tivemos, em 2022, um total de 16.262 registros, uma média de 44 suicídios por dia.
O suicídio está entre nós, na casa do vizinho, na família, e a gente tende a querer deixá-lo longe, melhor não ver, não saber, e perdemos a chance de ajudar alguém.
Sou psicanalista desde 2020, atendi em clínica social durante toda a pandemia, foram diversos os relatos de pessoas que tiveram entes queridos levados pela Covid, mas era grande também a menção sobre pessoas que atentaram contra a vida e que sequer deram sinais, ou pessoas que tinham pensamentos suicidas e não os verbalizavam, por medo de acontecer.
O suicídio é multifatorial, as decisões que levam alguém a tirar a própria vida variam muito, por isso, falar sobre, dar visão, ajuda.
Falar educa, tangibiliza, mostra que todos estamos sujeitos, reduz o julgamento. Mas, “falar sobre” é apenas uma das frentes, é preciso uma articulação de setores públicos e privados para que ações de prevenção sejam bem sucedidas e contínuas.
Enquanto isso não acontece: “atente-se aos sinais”. Erga os olhos do celular e olhe ao redor, esteja aberto a escutar sem julgamento.
“Não é mimimi, a gente não estar bem sempre. E é importante saber a hora de buscar ajuda.” – Leila Herédia, porta-voz do CVV
O tema é amplo e portanto, eu termino aqui, e deixo uma porta aberta para conversar mais profundamente sobre, só enviar e-mail ou mensagem.
Deixo os links úteis, divulgados pelo CVV com indicação de atendimento para diversas faixas etárias, em todo o país. https://www.cvv.org.br/links-uteis/