Essa afirmação foi dita pela primeira vez em 1895, pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud.
Mas, afinal, o que são reminiscências?
Para Platão elas são tidas como “a responsabilidade de fazer a alma recordar os conhecimentos que ela já contemplara anteriores à encarnação no corpo”.
Para a Psicanálise “é uma expressão da memória que recusa o saber inconsciente”
Nos dicionários e afins são imagens lembrada do passado; o que se conserva na memória, lembranças vagas ou incompletas, pode ser um rastro ou uma pegada de algo que aconteceu, um perfume do que se foi, sem muita precisão ou certeza.
Perceba que em todos os conceitos, as reminiscências abrangem acontecimentos esquecidos, mas que estão lá e o que lembramos, não necessariamente é o que aconteceu de fato.
Com o passar dos anos, vamos adicionando ou retirando detalhes das lembranças, às vezes elas ficam mais saudosas, em outras ocasiões oscilam com um leve amargor, e há também aquilo que você não se lembra de maneira nenhuma, a tal memória que ficou trancada em seu inconsciente.
Deste ponto de trancafiamento de memórias ou das falsas lembranças é que muitas mazelas podem surgir sem que você se dê conta.
Daí nasceu a Psicanálise, em que a cura pela palavra está pensada por Freud de forma a tornar consciente o inconsciente.
O inconsciente se expressa nos sonhos, nos atos falhos e chistes, nos sintomas e nas transferências.
É dessa perspectiva que compreendemos a afirmação de Freud teorizando a cura: “tornar consciente o inconsciente”.
E porque o as reminiscências, ou seja, as lembranças precisam ser lembradas para serem curadas?
Porque ao repetir, recolocar no presente aquilo que não pôde ter lugar psíquico em seu próprio tempo (no passado) ajuda a dar cor, cheiro, sabor e principalmente consciência do fato e se ele doía, vai deixar de doer tanto, pois será enquadrado em outro lugar.
Lembrar-se é, então, colocar na consciência do ego, para integrar, pensar e significar. Alcançar saber pensar.